Cada vez mais este tema é
atual em razão dos índices sempre crescentes de mecanização nas
grandes, médias e, em certos locais, pequenas propriedades.
Observa-se também que no geral, os trabalhadores que recebem a
incumbência de operar máquinas agrícolas não são adequadamente
treinados e menos ainda, os demais trabalhadores que
indiretamente terão contato com as máquinas.
A cada ano ocorrem
muitos acidentes onde parte do pessoal acima referido, resulta
morto ou acidentado, com afastamentos, os mais variados, quando
não com incapacidade permanente, amargando para o resto da vida
com o descaso e a humilhação que lhes são impostos pelo poder
público, em todos os níveis. Portanto, de forma genérica podemos
afirmar que os acidentes ocorrem como conseqüência de descuidos
ou ignorância e, em muitos casos, por simples negligência. Não
se constitui em fato excepcional, a morte de um operador de
trator quando está em plena atividade ou o envenenamento de um
trabalhador rural causado por uma descuidada ou equivocada
manipulação de pesticidas, por exemplo. Há infinidade de outros
exemplos de como o pessoal envolvido com exploração agrícola,
resulta ferido ou mesmo morto.
Com o objetivo de
reduzir o número de acidentes existem, além das NR´s e NRR´s
editadas, outras disposições relacionadas ao assunto que
compreendem certas regras que devem ser cumpridas tanto por
empregados quanto por empregadores.
Não é, certamente fácil,
criar disposições realistas e contemporâneas, que abranjam todo
o espectro referente à segurança no emprego da maquinaria e de
equipes que atuam no campo e tudo que envolve ambos, tais como
ferramentas, alimentação, riscos de acidentes etc..
Muitos dos acidentes
que ocorrem com trabalhadores rurais poderiam e podem ser
evitados, caso os responsáveis não cometessem negligências e
fornecessem melhores condições de trabalho, como por exemplo,
maquinário com melhores tecnologias, ferramentas de boa
qualidade, investimento nas propriedades ( ambiente de trabalho
), contratação de profissionais qualificados, treinamentos
específicos dos seus antigos funcionários etc..
A profissionalização no meio
rural é um fator de segurança muito sério que quase nunca é
abordado. Entretanto, não podemos esquecer que no Brasil, que
amarga péssimas administrações, ausência quase que total do
poder público no cotidiano das propriedades rurais,
especialmente as de pequenos agricultores, sem política agrícola
bem definida, pratica-se largamente a agricultura com métodos
não seguros, com equipamentos e implementos não contemporâneos,
além de uma frota tratorizada envelhecida.
É
especialmente para estes itens, de uma forma exclusiva, que
devemos voltar nossa atenção, aprendendo a respeitar, ajudar e
melhorar este ambiente de trabalho que se encontra muito
esquecido e prejudicado.
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