Quando pensamos em radiação, logo
nos vem à lembrança o poder destruidor das bombas atômicas ou o
perigo das usinas nucleares. Mas a fonte mais comum de radiação
é a própria luz solar. No cotidiano, estamos em contato com
várias outras fontes de radiação: refrigeradores, secadores,
microondas etc... Outras fontes são geradas pela emissão de
ondas de rádio, televisão e celular. Existem radiações
ionizantes e não ionizantes.
Estes dois tipos de
radiação, pode-se dizer que as radiações não ionizantes são
radiações de baixa freqüência, como por exemplo, a luz visível,
infravermelho, microondas, freqüência de rádio, radar, ondas
curtas e ultrafrequências (celular). As radiações ionizantes são
as mais perigosas e de alta freqüência, como por exemplo, os
Raios X, Raios Gama (emitidos por materiais radioativos) e os
raios cósmicos. Ionizar significa tornar eletricamente
carregado. Quando uma substância ionizável é atingida por esses
raios, ela se torna carregada eletricamente. A exposição à
radiação ionizante pode danificar nossas células e afetar o
nosso material genético (DNA), causando doenças graves, levando
até à morte.
O maior risco da exposição à
radiação ionizante é o câncer. O perigo maior está nas áreas
operacionais das usinas. Os maiores problemas são os rejeitos
radioativos, que podem contaminar o solo e seus lençóis d’água e
o risco de vazamento. O vazamento da Usina de Tchernobyl, em
1986, na antiga União Soviética, fez milhares de vítimas. Em
1979, houve vazamento na usina de Three Miles Islands, nos EUA.
No Brasil, um acidente em Goiânia,
em 1987, levou à morte várias pessoas que tiveram contato com
uma ampola de Césio-147, encontrada num lixo hospitalar.
Temos que saber que
quanto maior a dose de radiação recebida por uma pessoa, maior a
chance dela desenvolver câncer. A maioria dos tipos de câncer só
aparecem muitos anos depois da dose de radiação ser recebida
(tipicamente de 10 a 40 anos). Há evidências de que qualquer
exposição à radiação pode causar danos à saúde. Isto é, não
existe nível de exposição seguro ou sem risco.
Qualquer atividade que explore,
manipule, produza ou utilize material radioativo gera resíduos
radioativos, principalmente mineração de produtos radioativos e
geração de energia nuclear. Vários processos industriais,
atividades militares e pesquisas científicas, além de setores da
medicina e odontologia, geram subprodutos que incluem produtos
radioativos.
O princípio básico
da proteção radiológica ocupacional, estabelece que todas as
exposições devem ser mantidas tão baixas quanto possível. As
doses individuais(trabalhadores e indivíduos do público) não
devem exceder os limites anuais estabelecidos pela norma NE-3.01
– Diretrizes Básicas de Radioproteção da Comissão Nacional de
Energia Nuclear.
Os trabalhadores
nessas atividades têm o direito de receber equipamentos
especiais de proteção (aventais) e monitores individuais (dosímetros)
para medir a radiação no ambiente de trabalho. O direito é
assegurado em convenções internacionais e pela legislação
brasileira. Eles também têm direito a aposentadoria especial.
A saúde dos trabalhadores deve ser
avaliada a cada 6 meses, com realização, inclusive, de hemograma
completo. Os resultados desses exames devem ser guardados, pois
são fundamentais para o seu acompanhamento.
A leucopenia
(baixa de glóbulos brancos), a anemia e/ou a baixa de plaquetas,
além de outras alterações nas células do sangue, são sinal de
alarme. O trabalhador afetado deve ser afastado imediatamente da
exposição. |