Ações
Regressivas:Previdência e Trabalho fazem acordo para agilizar
cobrança -São Paulo deverá ter prioridade.
O Ministério
da Previdência Social vai cobrar na Justiça os gastos com
pagamento de benefícios previdenciários decorrentes de
acidentes de trabalho provocados por negligência das empresas.
Os ministros José Pimentel (Previdência Social) e Carlos Lupi
(Trabalho e Emprego) assinaram acordo de cooperação que
possibilita ação mais eficaz para a cobrança desses benefícios
pagos indevidamente.
O acordo de
cooperação técnica vai facilitar o trabalho dos procuradores
na recuperação de recursos gastos com pagamento de benefícios,
como aposentadoria por invalidez, auxílio-doença,
auxílio-acidente ou pensão por morte.
Segundo
determinação do ministro José Pimentel, as ações regressivas,
como são chamadas, deverão ser tratadas como prioridade pela
Procuradoria Federal Especializada junto ao Instituto Nacional
do Seguro Nacional (INSS).
Pelo acordo,
o Ministério do Trabalho e Emprego se compromete a encaminhar
ao INSS os relatórios das causas dos acidentes de trabalho no
prazo máximo de 20 dias úteis após o encerramento da ação
fiscal. Com base nestes laudos, os procuradores terão mais
instrumentos para comprovar perante a Justiça, quando for o
caso, que o acidente ocorreu devido o descumprimento pela
empresa das normas de segurança.
Segundo o
procurador-chefe da Procuradoria do INSS, Miguel Sedrez
Júnior, o recebimento periódico dos relatórios sobre as causas
dos acidentes de trabalho irá facilitar o ajuizamento de ações
regressivas. Antes, para ter acesso aos laudos, era preciso
solicitar informações aos Tribunais Regionais do Trabalho.
Segurança -
Atualmente, estão em curso 438 ações regressivas contra
empresas de várias regiões do país. Somente em Manaus, em 12
ações favoráveis ao INSS, as empresas tiveram que pagar R$
2,45 milhões. Em outras 31 que estão em curso na cidade, o
Instituto poderá ser ressarcido em R$ 10 milhões, caso fique
comprovado que o acidente ocorreu devido ao descumprimento das
normas de segurança.
Embora a
Procuradoria Especializada do INSS venha ajuizando ações em
todo o país, a idéia é concentrar o trabalho no estado de São
Paulo, região responsável por 47% dos acidentes ocupacionais
ocorridos no Brasil. Em 2007, foram registrados 653 mil
acidentes de trabalho no país, o que gerou uma despesa de R$
5,076 bilhões ao INSS com pagamento de benefícios
acidentários.
No caso de o
INSS ganhar a ação, o trabalhador não perde o benefício, caso
fique comprovado que a empresa foi a responsável pelo
acidente. O INSS cobra da empresa, mas continua pagando o
segurado, mesmo em casos de falência.
Fonte:
Previdência Social