A profissão de
Técnico de Segurança começou no Brasil com a denominação de
inspetor de segurança. No segundo momento a alcunha passou a
Supervisor se Segurança e logo em seguida, mudou para Técnico
de Segurança do Trabalho.A própria nomenclatura da profissão
induz a conduta de relacionamento que traz muitos prejuízos
para a vida profissional dos nossos colegas de profissão.
Partimos do princípio que a denominação de “inspetorâ€
remete uma imposição de ‘xerife’. Na mudança para
supervisor, essa visão passou a ser do profissional que
chefia, tem poder de mando ou é preposto da empresa. Quando se
verificou que essa designação não estava apropriada, mudou
para Técnico de Segurança do Trabalho.
Não está claro
que a função do técnico é ser promotor de Segurança e Saúde no
Trabalho. Vale lembrar que promover é diferente de um
executor. Essa confusão fortalece a conduta generalista, ou
seja, o ‘faz tudo’. Sabemos, também, que o TST é uma das
poucas profissões em que as funções são estabelecidas por lei
através da portaria 3275/MTE - que levada a rigor, contempla
quase que 100% das ações do profissional sem desvio de função.
Fazer gestão e promover, o que é mais amplo do que
fiscalização e cumprimento da legislação e apontamento de
erros e defeitos.
Para que isso
seja minimizado os profissionais de nível técnico precisam ser
versáteis, direcionando as ações sem comprometer o objetivo
final e não entrando em choque com as relações de trabalho. Um
dos problemas de saúde e segurança do trabalho é a falta de
gestão e indicadores de desempenho. Com isso, os
interlocutores: empresa, empresários, trabalhadores e os
segmentos que têm ligação direta com a nossa área não
conseguem mensurar as ações, com isso, depondo contra o papel
do técnico na frente de trabalho.
Nossa formação
foi e continua sendo tecnicista. Na prática, sabemos que a
técnica é muito importante, mas a experiência tem mostrado que
as ‘técnicas de negociação’ e a sociologia nas relações de
trabalho são importantes. O TST se relaciona com todos os
atores da empresa, desde o mais humilde trabalhador até o mais
elevado nível da diretoria. Se o técnico não estiver
qualificado e preparado para lidar com essa realidade, irá
adotar consequentemente, uma conduta parcial e conflitante.
Existe uma tese
bem conhecida nas relações do trabalho de que, o sucesso de
uma profissão no nível médio – que é nosso caso, ela não
pode ser por imposição ela deve ser conquistada nas relações
de trabalho. Considerando essas variáveis, podemos reduziremos
um ‘câncer’ da profissão, chamado: Desvio de função.
Muitas vezes a necessidade de manter o emprego, força o
técnico a cumprir ordens que não condizem com as funções já
estabelecidas. Vale salientar que todas estas dificuldades
elas não se resumem apenas ao TST. Acompanha também todos os
profissionais de SESMT - Serviço Especializado de Segurança e
Saúde no Trabalho, com menos grau de intensidade, essa
realidade atinge mais o técnico por estar mais ligado de forma
presencial ao local de trabalho, interagindo com a rotina
produtiva da empresa.
Nesse sentido,
quando o TST conseguir se colocar como promotor da saúde e
segurança do trabalho, aplicando mecanismos de avaliação de
desempenho e demonstração de forma clara que suas ações
proporcionam o ganho de qualidade de vida no trabalho e
agregando valores para o negocio da empresa para o
trabalhador, considerando as Normas do Estado, o profissional
será mais respeitado e minimizará essa tragédia de que 70% do
TST são demitidos por questões de relacionamentos e não por
desempenho técnico.